Luiz Gonzaga da Silva
Mamãe vou começar a contar um pouco de minha história intra uterina.
Tudo começou quando fui lançado ao léu em águas turbulentas sendo levado a princípio sem destino, mas aos poucos tomando conhecimento do objetivo.
Nadei, fiz malabarismos, evitei embaraçar-me nos demais colegas que tinham a mesma pretensão.
Foi a primeira grande batalha pela vida que enfrentei.
Foi uma luta titânica. Todos os milhões de disputantes tinham a mesma meta: Alcançar a fonte que permitiria a grande chance de ser alguém.
Eu cheguei primeiro e experimentei a grande alegria quando seu óvulo me acolheu me acomodou e eu pude descansar do grande esforço despendido na luta pela conquista.
Você fechou a porta e nem percebeu que eu já fazia parte da sua vida.
Durante os primeiros dias sofri grandes transformações, difíceis de serem exprimidas, até que encontrei a morada na qual eu iria ficar durante os meses necessários.
As primeiras semanas foram de mudanças importantes na minha conjuntura: fui tomando forma, crescendo e você começou a sentir-se mal: Enjôos, tonteiras, vômitos freqüentes. Eu lhe peço perdão pelo desconforto.
Durante as semanas seguintes uma mão invisível começou a fazer modificações em mim e ao mesmo tempo me explicava que o seu ventre era o único lugar adequado para ser realizado o milagre.
É curioso, mas eu não sentia dor nenhuma.
Foram criados todos os meus órgãos e essa Mão Maravilhosa deu corda no meu coração.
Com esmero e muita sutileza ela moldou os meus membros com um dispositivo de crescimento com o passar do tempo.
Aqueles chutes que você sentia era eu me espreguiçando.
Perdoe-me se a incomodei nesses meses.
Tenho que reconhecer mamãe que as Mãos Divinas me esculpiram, mas o sangue e a energia necessária vieram de você.
Quando já estava prestes a nascer lhe causei muitas dores, mas você compreende: Eu estava muito eufórico e apreensivo, não vendo a hora de abrir os olhos para o mundo e poder observá-la, admirá-la, pois você é na vida a dádiva mais importante.
Mamãe, eu nasci.
Muito obrigado por não ter interrompido a minha história.
MAMÃE, Eu te amo!
gonzagaevitoria@gmail.com
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